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Dicas práticas para uma viagem à Rússia

Depois de escrever sobre Moscou, resolvi organizar este post de dicas práticas para quem está planejando uma viagem de forma independente para a cidade e também para São Petersburgo. Muitas dessas informações já estão espalhadas pelos outros posts, mas não custa ordenar tudo.

– A melhor época para viajar: marquei a minha viagem para a segunda semana de junho, pensando em fugir do frio, mas não dei muita sorte, porque peguei vários dias de chuva. Eu não escolheria ir à Rússia no inverno, pois não me dou muito bem com as baixas temperaturas – embora a paisagem coberta de neve combine muito bem com as cúpulas douradas e o colorido das igrejas ortodoxas. Li que a pior época para visitar o país é a primavera, quando a neve derrete e se transforma em lama pelas ruas, mas a Georgia deixou um comentário informando que não viu nada disso em sua viagem, feita em abril. Para mim, a maior vantagem de ter ido no começo do verão foi ter dias longuíssimos, com o sol se pondo depois das 22:00h. Se der para evitar feriados nacionais, é melhor. Meus dias em Moscou coincidiram com a semana de um feriado importante, o Dia da Rússia, comemorado em 12 de junho, e isso acabou afetando a visitação da Praça Vermelha (parcialmente fechada no dia 07.06 e totalmente fechada de 08 a 11.06, sem falar na festa propriamente dita, no dia 12.06) e do Kremlin (visitas apenas por meio de excursões).

– O idioma russo: em Moscou, é fato que poucas pessoas falam inglês, mesmo nos serviços voltados para turistas. Encontrei muitas pessoas que não conseguiam se comunicar em inglês trabalhando em restaurantes, cafés e museus, e isso não é privilégio dos mais velhos. A exceção ficou por conta do hotel, onde todos os recepcionistas falavam ótimo inglês.

A sinalização das ruas, estações de metrô e atrações turísticas é quase somente em russo. Aprender o alfabeto cirílico é essencial para conseguir se deslocar sem dificuldade, e isso é mais fácil do que parece, principalmente quando a gente para de simplesmente decorar as letras e passa a tentar entender as palavras. Não adianta tentar falar nada russo, porque, com o sotaque, você não será compreendido. Mas três palavras são realmente úteis (e todos entendem porque esperam que você as diga):

Здравствуйте (zdras-tvui-tzia) ou sua variante um pouco menos formal здравствуй (zdras-tvui): significam “olá”. É com uma dessas expressões que você vai ser recebido em todos os lugares;

Пожалуйста (pajálasta): “por favor”;

Спасибо (spâssíba): “obrigado”.

– Pesquisas na internet: durante o planejamento da viagem, é melhor consultar os sites em russo, e não em inglês, pois aqueles tendem a estar mais atualizados do que estes. Se eu tivesse feito isso, teria descoberto que o Kremlin só receberia excursões no período da minha viagem, e não visitantes independentes, e poderia ter contratado um passeio a tempo. Como só descobri essa informação durante a viagem, fiquem sem fazer essa visita… Para facilitar a tarefa, o Google Chrome faz a tradução automática das páginas.

– Transfer: contratei um transfer na minha chegada a Moscou pelo aeroporto Domodedovo, porque meu voo chegava muito cedo, às 5:00h da manhã, quando o trânsito não seria um problema. Usei a empresa Go-to.ru, bem indicada no TripAdvisor. Mas, para voos que chegam no meio do dia, usar o trem que leva ao centro da cidade é muito recomendável, porque o trânsito de Moscou é intenso (para não dizer insano). Todas as informações sobre o transporte para o aeroporto Domodedovo estão aqui. Os aeroportos de Sheremetievo e Vnukovo também têm serviços de trem semelhante.

– Dinheiro: o cartão de crédito é bem aceito nas lojas e na maior parte dos restaurantes. Para sacar rublos, usei um cartão VTM (Visa Travel Money) nos caixas automáticos espalhados por Moscou e São Petersburgo, mas também dá para usar o cartão de banco comum habilitado para saques no exterior. Nos museus e atrações em geral, não me lembro de ter usado o cartão nenhuma vez, por só aceitarem dinheiro, inclusive nas lojas dos museus. A exceção foi o Hermitage, em São Petersburgo, onde o cartão era aceito nas lojas (para comprar a entrada, não sei, porque comprei pela internet).

– Segurança: me senti bastante segura durante toda a viagem. Como viajei durante o verão, em Moscou, só começava a anoitecer mesmo lá pelas 22:00h e em São Petersburgo… bom, eram as noites brancas, em que praticamente não há noite fechada. Nessas condições, a sensação de segurança é maior. A ideia de que os russos bebem em excesso é totalmente verdadeira, vi muitos grupos bebendo pelas ruas mesmo e presenciei uma cena deprimente, de um senhor totalmente bêbado, no meio da tarde, catando comida nas lixeiras de um quiosque onde eu tinha parado pra lanchar. Mas nada causou problemas. Basta seguir o próprio caminho, que ninguém vem incomodar. Policiais corruptos pedindo propina… certamente aconteceu no passado, mas hoje isso parece ser uma lenda.

– Transporte entre Moscou e São Petersburgo: escolhi fazer essa viagem usando o trem de alta velocidade – SAPSAN – o que evita ter de se deslocar para um dos aeroportos de Moscou. A viagem foi ótima, num trem confortável, com direito a wi-fi durante todo o trajeto. A parte de venda de bilhetes no site das ferrovias russas não está traduzida para o inglês, mas isso não é problema na hora de fazer a compra, pois algumas almas caridosas que frequentam o fórum da Rússia no TripAdvisor fizeram tutoriais que permitem entender todos os passos da transação (e o Google Chrome também ajuda nessa hora). Aqui está um deles. Mas eu não consegui comprar a passagem com o meu cartão de crédito brasileiro, provavelmente por ele não ter a tecnologia Verified by Visa. Poderia ter deixado para comprar a passagem em Moscou, mas preferi garantir lugar no trem que eu queria, e usei o serviço de uma agência on-line, a Way to Russia, que, segundo as minhas pesquisas, era uma empresa confiável. Paguei uns 25 ou 30% a mais pelo serviço, mas foi o preço da tranquilidade, e tudo funcionou perfeitamente.

– Transporte urbano: quando pesquisava para essa viagem, li que os táxis não são fáceis de usar, pois não têm taxímetro, e o preço depende de uma negociação, que fica muito desfavorável para um turista que não fala russo. Além disso, qualquer carro é um táxi em potencial: se o passageiro fizer um sinal na rua, qualquer carro pode parar e negociar o preço da “corrida”, e isso não é ilegal. Deixei de lado essas opções e fiquei com o transporte público. Em Moscou, usei o metrô, já que o trânsito da cidade é lento demais para os ônibus. Esse post do TripAdvisor ensina tudo o que é preciso saber para usar o metrô de Moscou.

Em São Petersburgo, onde as atrações turísticas estão mais concentradas, quase não usei o metrô, mas usei bastante os ônibus para ir do hotel ao Teatro Mariinsky (eu fui a vários espetáculos). O pagamento do bilhete de ônibus merece uma menção especial: nunca vi um sistema mais ineficiente! Umas senhorinhas ficam circulando dentro do ônibus, e você paga a passagem a elas (convém ter o valor exato). Quando o ônibus está vazio, é fácil, mas, se estiver cheio e o seu percurso for curto, há sério risco de não conseguir pagar (e de alguém pensar que você não QUER pagar…). Sei que existe um cartão magnético também, mas não consegui descobrir como comprar e se vale a pena para turistas.

– Atravessar a rua: principalmente em Moscou, existem várias avenidas que são intransponíveis pela superfície. Melhor do que correr o risco de atropelamento é procurar uma passagem subterrânea (sempre há uma perto das esquinas). Essas passagens são bastante movimentadas e em algumas delas, há vários quiosques de lanches, roupas, eletrônicos… o equivalente aos nossos camelôs.

– Igrejas ortodoxas: nessas igrejas, a mulher deve cobrir a cabeça em sinal de respeito. Eu só visitei as igrejas mais turísticas tanto em Moscou quanto em São Petersburgo, e isso não foi necessário, mas convém ter um lenço na bolsa para evitar qualquer problema.

– Gorjetas: em geral, não se espera gorjeta para serviços pelos quais você já está pagando um preço, como motoristas, camareiras etc. Mas em hotéis de redes internacionais, os costumes já são ocidentalizados… Em Moscou, fiquei num hotel da rede Accor, e a gorjeta foi bem recebida. Em São Petersburgo, meu hotel era mais básico, de uma rede local, e a camareira simplesmente não pegava a gorjeta que eu deixava, mesmo com bilhetinho de agradecimento e tudo, pra não deixar dúvidas! Na única excursão que fiz, percebi que a maioria das pessoas não deixou gorjetas para a guia e o motorista, mas eu deixei e ela ficou muito agradecida.

– Fotografia em museus: a maior parte dos museus que visitei permite fotografar suas obras, desde que você pague um valor adicional por isso. Mas é preciso se lembrar de pedir o ingresso com a “permissão” especial, porque essa opção não vai ser oferecida espontaneamente. No Hermitage, em São Petersburgo, quem compra o bilhete pela internet já tem essa opção incluída automaticamente.

– Dicas de leitura: gosto de me preparar para uma viagem lendo um pouco sobre a história local, e alguns livros foram essenciais:

Com Vista para o Kremlin, de Vivian Oswald: é o relato de uma jornalista brasileira que viveu por dois anos em Moscou, indispensável para saber um pouco sobre as diferenças culturais entre russos e brasileiros. Parece ser uma leitura bem popular entre turistas brasileiros que visitam a Rússia, pois dois casais que conheci durante a viagem também tinham acabado o livro.

Os Últimos Dias dos Romanov, de Helen Rapapport: o título é autoexplicativo, mas, além de descrever os meses que a família do último czar russo, Nicolau II, viveu na Casa Ipatiev, em Ecaterimburgo, o livro traça um perfil de cada um dos membros da família. A reconstituição desse período é bem realista – e, por isso mesmo, um pouco ficcional -, e emocionante.

O Mestre e Margarida, de Mikhail Bulgakov: ouvi falar desse livro ao ler o da Vivian Oswald, e era exatamente o que eu precisava: um romance que se passa em Moscou, já sob o regime comunista (tudo o que eu conhecia da literatura russa era do período anterior, ainda durante o império, ou retratava a própria Revolução Russa…). O Mestre e Margarida foi censurado durante muitos anos. O livro tenta disfarçar suas críticas ao regime recorrendo ao realismo fantástico, mas não consegue esconder seu feitio, afinal conta a história do dia em que o diabo em pessoa resolve visitar Moscou…

Viagem a Tralalá, de Wladimir Kaminer: esse, comprei já em Lisboa, a caminho de Moscou. O autor conta histórias suas e de seus amigos, todos tentando emigrar da Rússia para o ocidente no final da era comunista. Divertidíssimo!

Os Russos, de Angelo Segrillo: comprei depois que cheguei de viagem e acabei não lendo, mas resolvi indicar porque adoraria ter lido antes. Traz um resumo da história, cultura e costumes da Rússia e de seu povo.

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Vai pra Rússia?! Fazer o que? E não é perigoso?

Qualquer um que já tenha ido à Rússia ou que pelo menos tenha anunciado a intenção de visitar o país deve ter ouvido essas perguntas. E, até certo ponto, é compreensível, porque a Rússia não é um destino tradicional de viagem e, sobretudo, ainda desperta algum receio. Eu mesma, antes de decidir viajar, fui me informar se seria seguro visitar pelo menos Moscou e São Petersburgo sem uma excursão ou guias locais.

Tudo o que descobri, seja em minhas leituras, seja in loco, foi que a Rússia (ao menos em suas grandes cidades) é um destino tão seguro quanto os mais usuais destinos turísticos da Europa. Há, sim, alguns entraves para o turista independente – como a falta de informações em inglês até mesmo nos sites oficiais das atrações, e a absoluta inexistência de sinalização no alfabeto latino em Moscou, o que obriga o turista a aprender a transliterar as palavras a partir do alfabeto cirílico -, mas isso não inviabiliza nem torna menos interessante a viagem, só exige mais planejamento e jogo de cintura para saber lidar com os imprevistos (como encontrar o Kremlin fechado durante 5 dias seguidos…).

E por isso vou começar os posts sobre essa viagem com uma lista das minhas fontes de pesquisa, uma espécie de bibliografia da viagem.

Os blogs brasileiros que tratam da Rússia já estão listados no Viaje na Viagem, e considero a leitura de cada um essencial para quem quer se familiarizar com o destino, mas tenho de destacar os que mais me inspiraram:

Arquivo de viagens: láaaa em 2008, quando a Luísa passou um mês viajando pela Rússia, acompanhei os posts dela com muita curiosidade, mas fiquei convicta de que ainda não estava preparada para “enfrentar” um destino complicado como esse. Bom, considerando que abri mão de ir a qualquer cidade “do interior” da Rússia, acho que ainda não estou… 🙂

DriEverywhere: em junho de 2011, a Adriana voltou a Moscou e fez posts mostrando como a cidade ficava linda no verão e destrinchando algumas das “armadilhas” para os turistas, como as dificuldades com o idioma e o metrô. Foi a partir desses posts que eu comecei a tornar concreta a idéia de ir à Rússia;

Viaggiando: a Camila fez de São Petersburgo um dos destinos de sua primeira viagem à Europa e seu relato foi o que faltava para eu saber que era hora de ir à Rússia.

Moscou não tem um site oficial de turismo, mas esta página tem um bom resumo das atrações principais. São Petersburgo tem um site parecido. Essas páginas são importantes porque acabam sendo a única fonte de informação sobre algumas atrações menos procuradas, como certos parques e igrejas.

Um recurso que me ajudou bastante no planejamento dessa viagem (e que eu nunca havia usado antes) foram os vídeos. Achei muito interessante poder me familizarizar com a “cara” das cidades, especialmente em relação a Moscou, que é uma cidade monumental, com atrações espalhadas e enormes distâncias a serem percorridas a pé, apesar do eficiente metrô.

O primeiro vídeo é para convencer quem ainda não tem certeza de que Moscou é um destino interessante:

Para entender melhor Moscou, encontrei os vídeos do programa Moscow Out, produzido pelo canal Russia Today (canal de notícias russo em língua inglesa). Tem uma variedade enorme de assuntos e separei apenas alguns essenciais para postar aqui:

Sobre o Kremlin:

Sobre as atrações nos arredores do Kremlin:

Sobre a Tverskaya Ulitsa, uma das principais avenidas da cidade:

Sobre os vestígios da antiga URSS:

Para pesquisar mais vídeos, basta procurar o canal do Moscow Out no Youtube. Na página do Russia Today, tem vídeos mais antigos, que não estão no canal do Youtube.

Não encontrei nada semelhante em relação a São Petersburgo, mas alguns episódios do programa Moscow Out foram dedicados a essa cidade. O primeiro, é um tour histórico e mostra a cidade no inverno:

Os outros dois foram feitos no verão e mostram passeios de barco e outras atividades típicas dessa estação, quando a cidade se enche de turistas:

O Tripadvisor também foi uma fonte de informações importantíssima para organizar essa viagem. Alguns tópicos essenciais são os que explicam como usar o metrô de Moscou e como comprar passagens de trem (tutorial atualizado), já que o site é só em russo. E, para quem é fã de ballet, como eu, vale a pena ler alguns tópicos que ajudam a escolher espetáculos em São Petersburgo e até as melhores cadeiras nos principais teatros.

Também encontrei um ótimo trip report, cheio de observações práticas (para as partes seguintes desse relato, é só procurar pelo nome da autora – DrDebi), e um tópico com idéias de passeios fora do lugar comum em Moscou. Aliás, sobre esse mesmo assunto, me lembrei do site Phoebe’s Walks, que tinha encontrado no começo das minhas pesquisas, mas acabei deixando meio de lado, porque sabia que não ia ter tempo de fazer os passeios sugeridos…

Alguns sites de notícias sobre a Rússia, em inglês:

The Moscow Times

The Moscow News

Saint Petersburg Times

Pronto! Acho que já tem material suficiente pra iniciar os planos de viagem (e pra responder às perguntas do título também!).

Um roteiro de viagem por Budapeste, Viena e Praga: o relato do João

 

Neste post do Viaje na Viagem, relatei uma viagem que fiz para Budapeste, Viena e Praga. Depois de usar as dicas do post, o João deixou o relato de sua própria viagem nos comentários aqui do blog. Como as dicas estão novinhas, resolvi transformar em post. Segue o relato do João: 

“Em Budapeste (linda e ampla cidade, pessoal ameno e receptivo) a dica é o hotel La Prima, na rua Pesti Barnabás, nº 6. É um hotel novo e moderno, inaugurado em 2011, muito bem localizado (meia quadra da rua Vaci e 1 quadra e meia do Danúbio, próximo à ponte Elizabeth), excelente serviço, staff atencioso, 82 euros/dia, com café-da-manhã, reservei pelo booking. 

Bem embaixo do hotel tem um restaurante italiano, La Porta di Taormina, muito recomendável, música suave ao vivo, 49 euros para 2 pessoas (entrada, prato, vinho, café). Outra dica gastronômica – restaurante Menza, próximo ao Conservatório Lizst. Ambiente moderno, boa cozinha típica. 

Por falar no Conservatório, não pudemos visitá~lo, pois está em obras. Uma pena! 

Nós tomamos o ônibus turístico HopON HopOFF nos 2 primeiros dias, o que facilitou o deslocamento e localização na cidade e inclui ida e volta à ilha Margarida. Nos outros 2 dias ficamos “on my own”. 

Vale muito um passeio pela Ilha Margarida – muito bem cuidada, toda florida, local de lazer para os nativos, momento para não fazer nada e depois descansar… 

Vale também subir na torre da Basílica de Santo Estevão, a vista é muito linda, tem-se uma boa noção de Budapeste lá de cima. Tem elevador! 

No lado Buda, o Castelo, o Bastião dos Pescadores e a Igreja Matyas… subir no funicular é pitoresco! 

Tomar cuidado na estação Keleti – há uma máfia com uniforme da MAV que, a pretexto de ajudar na localização da plataforma e dos trens, procura extorquir o turista. De mim levaram 2 euros somente, mas vi literalmente pegarem da carteira de um casal de japoneses uma nota, só não vi quanto… melhor não aceitar ajuda!!!. 

Viena impressionou pela limpeza, organização, segurança e funcionalidade da cidade – o transporte é integrado (metrô, tram, ônibus); não se vê policiamento ostensivo e parece não haver controles – compramos o passe de transporte de 72h e nunca nos solicitaram! 

A dica de hotel para quem chega de trem de Budapeste (nosso caso!) é o Motel One, junto à estação Westbahnhoff – novo, funcional, bom serviço, 69 euros/dia para 2 pessoas, sem café-da-manhã (acho que era uma promoção, pois tinha reservado por 84 euros e a diferença a menor veio em boa hora!). É do tipo Ibis – grande, talvez meio impessoal, mas na minha opinião, um Ibis melhorado! A distância ao centro não foi problema: uma boa caminhada pela rua Mariahilfer ou o metrô resolvem o assunto… 

Vale muito uma visita à Ópera de Viena, mesmo somente como tour, e também ao Musikverein (aqui assistimos a Filarmônica e a Sinfônica de Viena, simplesmente fantásticas!) 

Válida também uma ida ao Teatro de Marionetes do Palácio Schonbrunn (assistimos à Flauta Mágica de Mozart – excelente, a sincronia do movimento das marionetes com a música é fora-de-série!). É em alemão, lógico, mas tem folder em espanhol sobre o espetáculo, o treinamento dos “marioneteiros” e a confecção das marionetes. 

O Museu Freud e a Mozarthaus valem a visita também! 

Fomos ainda assistir a apresentação de cavalos na Escola de Equitação Espanhola no Palácio Hofburg, centro de Viena – o treinamento dos animais é impressionante! 

Em relação a restaurantes – o Figlmüller, desde 1905 (o maior schnitzel de Viena!), é recomendável; válida também é uma ida à Grinzing para almoçar numa Heuringen (taverna) – servem schnitzel, entre ouros pratos, e vinho do ano. Pegue o tram 38 na estação Schottentor e vá até o fim da linha. 

De Viena fomos de trem para Praga. 

Praga é mais suja que Budapeste e Viena, principalmente, mas tem seus encantos.

O Relógio Astronômico na praça da Prefeitura / Staromestské Námestí, cujas baladadas são puxadas por um esqueleto, é fantástico. Fiquei com a impressão que os tchecos pensam na morte e lidam muito bem ela, certamente reflexo da história deste povo! 

Ficamos no hotel Falkensteiner Maria Prag, na frente da estação de trens. A zona não é assim uma brastemp, como diria o Comandante do Vnv Ricardo Freire, mas facilitou a chegada e a saída com as malas e a ida à Ópera, localizada a 2 quadras do hotel, na mesma noite da chegada. Bom hotel, bom serviço, pessoal atencioso e prestativo, café-da-manhã exagerado até, 101 euros a diária para 2 pessoas com CM, reservei pelo booking. 

Além dos passeios básicos, recomendaria a Ópera (assistimos o balé Gisele – fantástico, obrigado pela recomendação Wanessa!), o Rudolfinum (assistimos a Filarmônica Tcheca na sua própria casa, a sala é belíssima, excelente programa!) e a Smetana Hall, a Casa Municipal (lindíssima decoração, assistimos a um quinteto de cordas tocando Mozart e Dvorák). 

Vale também uma visita ao Museu do Comunismo – muitas peças da época, bustos, estátuas de Lenin e Stálin, a propaganda comunista, registros da Primavera de Praga e da queda do comunismo. Fiquei com a idéia que o regime comunista mentiu muito sobre o Ocidente, exagerando seus defeitos e suas mazelas para a população, e que a democracia ocidental foi mais realista e verdadeira conosco sobre o comunismo. 

Imperdível é o Museu Kafka, em Mala Strana, faz pensar! 

Há uma instalação do polêmico escultor tcheco David Cerny na frente do museu (2 homens urinando sobre o mapa da República Tcheca, um deles inclusive, mexe com o quadril para um lado e para outro – entenda se puder!) e várias outras espalhadas pela cidade. 

Restaurantes, recomendaria o U Laury, Nerudova 10 (na subida para o castelo, calçada da direita para quem sobe) – entra-se por uma grande porta, é um pátio interno, muito acolhedor; comemos uma tábua tcheca para 2 pessoas – carne de pato, cervo, porco junto pirê assado, pão de arroz e salada mista, acompanhando de 500ml de cerveja pilsen – o almoço foi às 15h e o prato é tão farto que não conseguimos jantar naquela noite! E um restaurante, não lembro o nome, que fica no pátio interno atrás do museu do comunismo. Comida típica, garçonete muito atenciosa. Não confundir com o McDonald’s que existe junto! 

Em Praga fomos para o aeroporto num ônibus (express shuttle) que se pega na estação central – foi um pouco trabalhoso, meio complicado achar o local, mal sinalizado, ônibus cheio, teria sido bem mais confortável um transfer, embora mais caro; preço: 2 euros por pessoa. Não recomendo, melhor o transfer a 20 euros para 2 pessoas! 

Finalmente Paris! 

Chegamos às 15h e, como era uma noite só, ficamos Ibis do aeroporto CDG, fizemos o check-in e fomos direto para o centro. Pegamos o RER (não recomendo – trem velho, sujo, muito cheio, desconfortável, melhor o Roissy Bus até a Ópera) e caminhamos pela Íle de la Cité, Sena, Notre Dame e por Saint Germain, onde havíamos ficado em 2010. Foi muito prazeroso este passeio descompromissado! 

Quero deixar a recomendação da rua Gregoire de Tours – é uma travessa do Boulevard Saint Germain, onde existem vários restaurantes.  Jantamos na creperia La Petit Tour, no nº 6. É a 3ª vez que jantamos lá, 2 em 2010 quando ficamos 10 dias em Paris, e continua muito boa, recomendável, embora o preço tenha subido sensivelmente. 

Voltamos para o CDG por volta das 22h no RER, a volta foi bem mais tranquila, quase sem paradas intermediárias e, na manhã seguinte, tomamos o vôo para o Brasil. 

A ilusão, ou melhor, as férias, estavam acabando… 

Era isto, pessoal. Espero que ajude alguns viajantes.”.

Muito obrigada pelas dicas, João! Tenho certeza de que ajudarão outras pessoas a ter uma viagem tão linda quanto a sua!

Berlim: do oriente ao ocidente no ônibus da linha 100

A dica eu peguei em um dos posts do Viaje na Viagem sobre Berlim: a linha de ônibus nº 100 é perfeita pra fazer um city tour pelos principais pontos turísticos da cidade. É pura verdade. Essa linha cruza a cidade de leste a oeste (ou o contrário, se preferir), da Alexanderplatz ao Zoológico, e é um jeito ótimo para se localizar e “entender” Berlim. Pena que eu só segui a dica no penúltimo dia de viagem, porque acabei concluindo que esse é o melhor jeito de começar uma visita à cidade.

Mas, vamos à rota (os nomes em negrito são as identificações de cada parada). 

O passeio começa na esquina da Karl-Liebknecht-Strasse com a Dircksenstrasse, pertinho da Alexanderplatz, a praça que era um símbolo da ex-Berlim Oriental. Do outro lado da praça começa a Karl-Marx Alee, uma avenida enoooorme, cheia de predinhos idênticos uns aos outros, tudo como era nos tempos do Muro. É curioso ir lá ver como era a cara da arquitetura socialista, mas é tudo tão parado e igual que cansa logo… Enfim, hoje, os arredores da Alexanderplatz foram tomados por lojas e mais lojas. Por ali ainda está a Torre de TV, que representava todo o avanço tecnológico de Berlim Oriental e hoje é um mirante muito visitado (passeio que deixei pra próxima vez…). 

Fiquei hospedada ali perto e as estações de metrô e trem da Alexanderplatz têm ótimas conexões para toda a cidade, sem contar que o ponto do ônibus que vai para o aeroporto ficava a uma quadra do hotel, no mesmo local onde para o da linha 100. 

A segunda parada é a Spandauer strasse, mas nem vale a pena tomar o ônibus para descer nela, porque é muito perto da anterior, já na praça por trás da Torre de TV. Só vale se bater uma preguiça… Aqui, dá para visitar a Berliner Rathaus (Prefeitura), com a linda fonte de Netuno em frente, e a Marienkirche, uma igreja medieval que está sendo restaurada atualmente. 

A próxima parada é a Lustgarten, na Museumsinsel, a Ilha dos Museus. É difícil escolher um só e ao fazer esse roteirinho do ônibus, é melhor só dar uma passeada por fora. Eu fui ao Pergamon (maravilhoso!) e entrei também na Neue Galerie, mas a visita foi rapidinha. Visitei também a Berliner Dom, a Catedral de Berlim, que é maravilhosa e tem uma vista linda lá do domo. 

A Staatsoper, próxima parada, é ópera de Berlim. Aqui, o ônibus já está percorrendo a Unter den Linden, avenida que é comparada à Champs Elisée de Paris. Essa região é linda, vale a pena descer do ônibus e seguir caminhando um pouco até a Bebelplatz e a Gendarmenmarkt, uma praça rodeada por prédios históricos. Aliás, esse é o lugar ideal para uma parada em um dos cafés/restaurantes com mesinhas na rua. Depois, já dá para pegar o ônibus na parada seguinte, a Friedrichstrasse

Brandenburg Tor é a parada seguinte. O Portão de Brandemburgo é um dos monumentos mais marcantes de Berlim. A região é tomada pelos turistas e, na Pariser Platz, em frente ao portão, há várias figuras bizarras esperando para serem fotografadas, desde soldados em uniformes de guerra até índios apaches. Um dos hotéis mais finos da cidade, o Adlon, fica bem ali do lado. 

A próxima parada, Bundestag/Reischtag, fica pertinho e por isso é melhor ir a pé. Também só assim dá para achar o melhor ângulo para fotografar a cúpula de vidro de Sir Norman Foster (maravilhosa, por sinal).

Depois de sair do Reischtag, o ônibus 100 corta o Tiergarten, um parque gigante, e dá para escolher qualquer das paradas – Platz der Republik, Haus der Kulturen der Welt e Schloss Belevue – para fazer uma caminhada em meio ao verde. Dentro do parque, há uns prédios residenciais que deixam o lugar com um jeito meio parecido com Brasília (minha opinião!). 

Uma idéia é descer na estação Schloss Belevue para visitar esse palácio e seguir a pé até a parada seguinte, a Grober Stern, onde está a Siegessaule, aquela estátua dourada de um anjo que aparece no filme Asas do Desejo, de Win Wenders (e que estava coberta por andaimes, em limpeza, quando passei por lá…). 

Terminado o passeio pelo Tiergarten, o melhor é pegar o ônibus 100 na próxima parada – Nordische Botschaften/Adenauer-Stiftung – e descansar um pouco, vendo a antiga Berlim Ocidental passar pela janela. Depois de quatro paradas (Lützolplatz, Schilltrasse, Bayreuther Strasse e Breitscheidplatz), chega-se ao ponto final do ônibus 100, o Zoologischer Garten

Aqui, as opções são muitas: dá para ir ao Zoológico, à Kaiser Wilhelm Kirche, uma igreja belíssima que foi destruída na Segunda Guerra e cujas ruínas permanecem em exposição (aliás, para visitar a igreja, é até melhor descer uma parada antes, na Breitscheidplatz), ou então simplesmente olhar as vitrines na Kurfürstendamm, a rua mais chique da antiga Berlim Ocidental. Vale qualquer coisa, desde que o passeio termine no 6º andar da KaDeWe, a loja de departamentos que era símbolo do luxo e da pujança do ocidente. Esse andar é dedicado aos produtos gourmet, um deleite para os olhos, o olfato e o paladar, e é impossível passar ali sem parar em pelo menos um dos quiosques (tá, em uns dois ou três)…

P.S.: o ônibus 200 tem uma rota bem parecida com a da linha 100 e inicia o trajeto bem antes da Alexanderplatz, em Prenzlauer Berg.

Peru: planejando a viagem

Peru 1085 

Não, não foi a promoção da TAM, com passagens a U$ 99,00 de São Paulo a Lima, que me levou a viajar para o Peru. Muito antes disso, uma amiga me falou de seu interesse em ir a Machu Picchu, e comecei a pesquisar informações para a viagem dela. Aí, descobri que o Peru não é só Machu Picchu e não demorou muito para eu resolver ir junto. Uma outra amiga juntou-se a nós depois.

A viagem foi toda decidida e comprada pela internet. Como duas de nós moramos na Paraíba, e a outra, no Rio Grande do Sul, trocamos muitos e-mails para poder formatar nosso roteiro e fazer as reservas. Escolhemos um roteiro mais “relaxado” do que o normalmente oferecido pelas agências de viagem. Ao invés de 5 ou 6 noites, optamos por 8 noites distribuídas entre Lima, Cuzco e Aguas Calientes (base para Machu Picchu). Nosso objetivo sempre foi fugir da multidão e, com mais tempo, poderíamos visitar com calma cada um dos destinos. Fechamos o seguinte roteiro:

Dia 01 – João Pessoa/POA – Lima

Dia 02 – Lima

Dia 03 – Lima – Cuzco

Dia 04 – Cuzco

Dia 05 – Cuzco

Dia 06 – Cuzco – Ollanta – Aguas Calientes

Dia 07 – Aguas Calientes (Machu Picchu) – Ollanta – Cuzco

Dia 08 – Cuzco – Lima

Dia 09 – Lima – João Pessoa/POA

As passagens foram compradas com a TACA  por um preço que se tornou exorbitante depois da promoção da TAM, mas que, de acordo com o monitoramento que eu vinha fazendo até então, eram uma boa oferta. Compramos no Decolar. Quando saiu a tal promoção, a diferença era tão grande que pensamos em pedir o reembolso à Decolar e fazer a compra no site da TAM, mas a coisa não era tão simples: a passagem da TACA incluía um trecho interno (de Lima a Cuzco) que queríamos manter, e os horários dos vôos da TAM eram muito inconvenientes para nós, pois seria preciso passar a madrugada no aeroporto ou ir para São Paulo com mais antecedência (mas nenhuma de nós tinha tempo para isso) e ainda pagar diárias de hotel. Então, acabamos ficando com nossa escolha original.

Mas eis que, cinco dias antes da nossa partida, a TACA cancela o vôo que havíamos escolhido com tanto carinho! Correria para trocar as passagens de ida e volta de João Pessoa e Porto Alegre a São Paulo, e estresse, porque íamos passar a madrugada em Guarulhos justo no auge do pânico com a gripe suína (poderia haver lugar pior para fazer hora do que o saguão do principal aeroporto internacional do país??). Como não havia remédio (nem vacina), tivemos de aceitar o imprevisto…

Em março, bem antes de embarcar, também adiantamos a compra do trem para Machu Picchu, feita no site da Peru Rail. Durante o nosso planejamento, ficamos com medo de não conseguir o bilhete de trem, já que a opção para ir desde Cuzco estava praticamente esgotada desde fevereiro. Só depois da viagem consegui entender como a coisa funciona. É assim: desde que a Peru Rail passou a vender os bilhetes pelo site , as agências de viagem de Cuzco começaram a comprar muitos tickets com bastante antecedência para montar seus pacotes (antes, era possível reservar on line, mas a compra mesmo só era feita na estação de trem). Logo, sobram poucos lugares para os turistas independentes nos trens que partem de Cuzco.

Mas, nos trens que saem de Ollantaytambo, que está a uma hora e meia de carro desde Cuzco e para onde também se pode ir de ônibus, existe uma oferta bem maior de bilhetes, pelos quais as agências não têm muito interesse, porque preferem montar seus pacotes saindo de Cuzco. Então, adquirir as passagens desde Ollanta é mais tranqüilo.

Na ida, o trem em que viajamos era pequeno (apenas um vagão com cerca de 50 lugares) e mesmo assim não estava lotado. Na volta, o trem estava mais concorrido, mas ainda havia vagas. Então, acho difícil que alguém fique sem ir a Machu Picchu por falta de lugar no trem, até porque pode comprar um pacote com as agências. Na alta temporada (de junho a agosto), é que a coisa pode se complicar um pouco.

Os hotéis foram selecionados considerando principalmente as resenhas do TripAdvisor. Não usamos consolidadores para fazer as reservas, mas apenas para localizar ofertas melhores do que as oferecidas nos sites dos próprios hotéis e obtê-las diretamente. Deu certo! Os escolhidos foram:

em Lima: San Agustin Colonial (diária do quarto triplo: 91,80 dóares)

em Cuzco: Del Prado Inn (diária do quarto triplo: 100,00 dólares)

em Aguas Calientes: Wiracocha Inn (diária do quarto triplo: 70,00 dólares)

Segue um resumo aproximado dos nossos gastos “fixos”, em dólar:

Passagens aéreas GRU-LIM-CUZ-LIM-GRU: 656,00

Passagens trem Ollanta-AC-Ollanta: 113,00 (Vistadome ida e volta)

Ônibus para MP: 14,00 (ida e volta)

Hotel em Lima: 275,40 (91,80 por pessoa)

Hotel em Cuzco: 400,00 (133,33 por pessoa)

Hotel em Aguas Calientes: 70,00 (23,33 por pessoa)

Ticket de entrada em MP: 43,33 (o pagamento tem de ser feito em soles)

Boleto turístico Cuzco: 40,66 (o pagamento tem de ser feito em soles)

Pesquisamos bastante sobre a melhor forma de levar dinheiro para o Peru. Decidimos não levar muito dinheiro em espécie, já que nossos gerentes do Banco do Brasil (um de João Pessoa e um de Porto Alegre) disseram que daria para sacar diretamente de nossas contas, apenas pagando uma taxa de 2,5% do saque + 2,5 dólares por saque. Além disso, pretendíamos usar o cartão de crédito, porque achamos que a cotação do dólar já estava suficientemente estabilizada para isso.

Só que, chegando em solo peruano, veio a surpresa… Quando fomos fazer o primeiro saque, descobrimos que só poderíamos sacar 100,00 soles por vez, o equivalente a uns R$75,00. Até poderíamos fazer mais de um saque no mesmo dia, mas ficando sujeitas à cobrança de 2,5 dólares a cada saque… Logo depois dessa descoberta, liguei para a VISA no Brasil e me disseram também que havia uma limitação no valor total de saques, de R$ 1.200,00 (cartão Gold) e R$ 2.000,00 (Platinum). Essas relevantíssimas informações, nenhum dos gerentes nos passou! Enfim, mesmo assombradas pela miséria iminente, conseguimos nos virar com o cartão de crédito e uns poucos saques. Mas que o banco podia ter nos informado melhor, ah, podia! 

Update: sobre o clima em Machu Picchu – No começo desse ano (2010), todo mundo viu as notícias sobre as chuvas em Aguas Calientes, que fecharam as trilhas para Machu Picchu e deixaram um monte de turistas presos na região por vários dias. Então, a recomendação é evitar ir àquela região nos meses mais chuvosos, de dezembro a março. O volume de chuvas cai drasticamente de abril em diante. Para mais detalhes, ver a média de precipitações por mês em Cuzco no Wunderground.


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