Archive for the 'Planejamento de viagem' Category

Budapeste: roteiro de 3 dias

Percebi que uma grande quantidade de pessoas chega aqui no blog em busca de informações sobre Budapeste, então, resolvi transformar minhas anotações de viagem num roteiro para quem está se preparando pra visitar a cidade.

Eu estive em Budapeste duas vezes, sendo que, na primeira, não vi quase nada, porque precisei interromper minha viagem. A segunda foi quando pude aproveitar melhor a cidade. Assim, não vou descrever exatamente o que fiz, mas uma sugestão de como dividir os passeios em três dias.

Minhas impressões sobre transfer, transporte público e hospedagem ficaram nos comentários que viraram post do Viaje na Viagem.

Dia 01

Budapeste é uma cidade relativamente compacta e, se houver disposição, é possível visitar os principais pontos turísticos a pé.

Meu hotel, na segunda viagem, ficava perto da Ópera , e caminhar de lá até a colina de Buda foi bem tranqüilo.

Comecei o dia visitando a Basílica de Santo Estevão, a principal igreja católica da cidade e que está num ponto bem central.

De lá, segui em direção ao Rio Danúbio e atravessei a Praça Roosevelt (Roosevelt Ter). Nessa praça, há dois lindos edifícios, que merecem atenção: o do hotel Four Seasons e o da Academia de Ciências.

Cruzei o Rio Danúbio pela Ponte das Correntes (Széchenyi Lánchíd), a mais famosa de Budapeste. Minha intenção era subir até o Castelo de Buda pelo funicular (siklo), mas ele estava em manutenção no dia. Subi a pé mesmo, e até gostei, porque do caminho se tem belas vistas do Parlamento.

No Castelo de Buda, funcionam alguns museus de belas artes e de história, mas eu decidi não visitá-los. Estava um dia bonito, e preferi passear por fora, aproveitando a vista da cidade, especialmente bonita a partir do Bastião dos Pescadores.

Ao lado desse monumento, fica a linda Igreja de São Matias. O exterior dessa igreja já impressiona, pelo teto de pastilhas coloridas (apesar dos andaimes de uma reforma em curso quando a visitei…), mas não imaginei que o interior pudesse ser também tão precioso, com as paredes inteiramente decoradas. Uma das igrejas mais bonitas que visitei, e as fotos não fazem justiça a ela!

Depois, caminhei pelas ruazinhas de Buda, cheias de casas coloridas, que preservam a arquitetura – e até a tranqüilidade – medieval. É fácil encontrar por ali um lugar interessante para fazer um lanche, tomar um café… As principais são a Uri utca e a Fortuna utca. No final dessa última, fica o Portão de Viena, de onde dá para pegar um ônibus até a estação de metrô mais próxima.

Nessa viagem, eu não fui até as termas do Hotel Gellert, pois já tinha entrado lá em uma passagem anterior por Budapeste. Mas essa é uma boa opção para continuar o passeio.

As termas têm uma linda decoração art nouveau e são uma visita imperdível para quem gosta desse tipo de arquitetura (e do banho turco também, é claro!). Da parte de trás do hotel, dá para ver as piscinas externas.

Do Hotel Gellert, é só atravessar a Ponte Szabadság para chegar ao Mercado Central, que, além de ter uma arquitetura linda, com o mesmo teto decorado por cerâmicas que é tão típico de Budapeste, é um ótimo local para conhecer os produtos locais: muita páprica, em todas as apresentações, e também para comprar souvenires.

Quase em frente ao mercado, começa a Vaci utca (não confundir com a Vaci ut, que é outro endereço). A Vaci utca é uma rua de pedestres, cheia de lojas de souvenires e cafés. O trecho mais próximo do mercado é o mais sem graça, pois predominam as lojinhas “pasteurizadas”, todas iguais, mas a rua vai ficando mais charmosa ao se aproximar da Vorosmarty Ter. Ali está um dos cafés mais tradicionais da cidade, o Gerbeaud.

Na praça e nos arredores, há várias opções de restaurantes e cafés para descansar depois de um dia de caminhadas pela cidade. Além de Gerbeaud, outros que testei nessa região foram o Café Anna, na Vaci utca, e o restaurante Duna Corso, já de frente para o Rio Danúbio, na Vigado Ter.

Outro, que não testei, mas que tinha anotado as recomendações era o Café Central.

Essa pode ser uma boa chance de provar uma das iguarias locais, o vinho Tokaji. A Hungria é produtora desse vinho doce de sabor excepcional. Não sabia disso na primeira vez que estive em Budapeste, até me dar conta de que qualquer lojinha de conveniência oferecia uma quantidade enorme de vinhos, o que deveria significar um gosto especial pela bebida. O Google rapidamente me ensinou um pouco sobre os Tokaji e localizei algumas wine stores. Fui a uma na Vaci utca, a Présház, onde o vendedor explicou vários detalhes sobre a escala de doçura dos vinhos, seu processo de fabricação e ainda provei algumas variedades – infelizmente, era de manhã cedo, e nem pude aproveitar muito! Também anotei a referência da Bortársaság, mas não cheguei a visitar a loja.

Dia 02

No segundo dia, é hora de visitar algumas das atrações mais afastadas do centro de Budapeste. Para isso, o metrô é bastante útil.

Comecei pela Praça dos Heróis, uma praça enorme, rodeada por estátua de personagens da história húngara. Para mim – e, arrisco dizer, para grande parte dos turistas –, que não conhecia a fundo a história húngara, o lugar não despertou muito interesse. Dos lados da praça, estão o Museu de Belas Artes e a Galeria Mücsarnok, que recebe exposições temporárias.

Ali perto fica o parque Városigled, uma das principais áreas de lazer de Budapeste. Fui até lá para ver o Castelo de Vajdahunyad, construído para ilustrar os vários tipos de arquitetura desenvolvidos ao longo da história húngara.

É lá que está a escultura do escritor anônimo, que aparece no filme Budapeste, baseado no livro de Chico Buarque. A estátua representa o autor do Gesta Hungarorun, o primeiro relato escrito da história do povo húngaro, cujo nome é desconhecido.

Nesse parque, também ficam as Termas Széchenyi, que tem algumas piscinas quentes ao ar livre e é uma das mais famosas da cidade, junto com as do Hotel Gellert. Mais para o fim do parque, está o restaurante Gundel, que é um dos mais antigos e tradicionais de Budapeste, mas eu não passei por lá num horário conveniente.

Depois do parque, uma boa opção é caminhar pela Avenida Andrassy, que alguns comparam com a parisiense Champs Élysées, mas eu não vi muita semelhança… É lá que fica a Terror Haz ou “Casa do Terror”, um museu que funciona no antigo prédio da polícia política húngara (eu deveria ter ido ao museu logo depois de voltar do parque, como estou sugerindo, mas preferi continuar aproveitando mais um dia de sol para passear na rua e não tive tempo de voltar depois).

Na Andrassy, também está a Opera Nacional. Aproveitei minha visita à cidade para assistir a um espetáculo ali e adorei, mas há visitas para quem não pretende ver uma apresentação.

Uma dica para quem viaja em março ou abril é verificar a programação do Festival de Primavera de Budapeste, pois há concertos, apresentações de música e dança diariamente.

A ópera já está pertinho do Bairro Judeu (Zsidó Negyed), mas dá para usar o metrô também, descendo na estação Deak Ferenk Ter. Nessa praça, fica a principal estação de metrô de Budapeste, onde as várias linhas se cruzam (por isso, esse também é um bom local para hospedagem). Para chegar à principal atração do bairro judeu – a Grande Sinagoga – , é mais fácil descer na estação Astoria, mas a minha intenção era caminhar um pouco pelas ruas do bairro.

Essa parte de Budapeste foi a mais marcante para mim. Os prédios ainda guardam os sinais da história recente da cidade, quando ali existia o gueto judeu. São prédios lindos, com uma arquitetura peculiar, mas muito degradados, alguns até mesmo com marcas de tiros em suas fachadas. É inevitável que esses prédios comecem a ser restaurados, principalmente porque estão numa área bem central de Budapeste – já havia alguns cafés e restaurantes bem moderninhos por lá –, e o bairro vai continuar lindo depois de uma renovação, mas eu gostei de vê-lo antes dessas mudanças. As ruas mais interessantes são: Anker koz, Kiraly, Sip e Dob.

A Grande Sinagoga está na Dohány utca. Esse é um dos pontos turísticos mais concorridos de Budapeste, mas a visita é tranquila. Além da sinagoga, há um museu e, nos fundos, uma interessante escultura em homenagem aos judeus vitimados pelo holocausto: em cada folha do salgueiro, o nome de uma pessoa.

Para o fim de tarde ou a noite, sugiro voltar à Andrassy ut, para aproveitar as opções da Liszt Ferénc Ter. Essa praça concentra vários cafés e restaurantes, com mesinhas na calçada, um lugar bem animado. É nessa praça que fica a Zeneakademia, uma sala de concertos muito tradicional e uma joia da arquitetura art nouveu (mas que estava fechada para reforma durante a minha viagem…).

Dia 03

Concentrei em um dia todos os passeios em lugares fechados. Costumo fazer isso quando planejo uma viagem para ter um plano no caso de pegar um dia de tempo muito ruim, do tipo que não dá pra passear na rua.

A impressionante sede do Parlamento húngaro é aberta para visitas, mas não tem como reservar com antecedência. Como eu queria muito conhecê-lo por dentro, segui as dicas da Mirella e as orientações do site do Parlamento. Valeu a pena acordar mais cedo para fazer essa visita.

Do lado de fora, vale aproveitar a linda vista do Castelo de Buda para algumas fotos. Próximo do Parlamento, na margem do Danúbio, há uma escultura de vários sapatos enfileirados, em homenagem às vítimas da Segunda Guerra Mundial que foram atiradas no Danúbio.

Se não tiver dado para visitar o Mercado Central no primeiro dia da viagem, essa é uma boa oportunidade. Depois do Parlamento, é só pegar o tram nº 2 para chegar até lá. Aliás, o tram nº 2 é ótimo para fazer um passeio por várias das atrações turísticas principais de Budapeste. Se você der a chance de sentar na janela, vai ver todo o panorama da cidade à margem do Rio Danúbio.

Na minha viagem, peguei um tempo tão bom que acabei não visitando nenhum dos vários museus que Budapeste oferece – e eu adoro um museu! –, mas deixo uma lista dos que tinham me interessado:

Museu de Artes Aplicadas: nesse, ainda entrei rapidamente, embora não tenha tido tempo de ver o acervo. Mesmo assim, valeu a pena a visita relâmpago, só para ver mais um telhado revestido de pastilhas coloridas e o lindo hall central do prédio;

Museu Nacional Húngaro: esse é um museu de história da Hungria;

Museu de Belas Artes: museu de artes com obras nacionais e internacionais. Fica na Praça dos Heróis, sobre a qual falei no “dia 2”;

Com tempo bom, um passeio curioso é o Parque das Estátuas. Depois da queda do comunismo, ao invés de destruir as estátuas que eram símbolos do regime, os húngaros montaram um parque para exibi-las. Fica um pouco afastado do centro, por isso acabei desistindo, mas esse lugar despertou minha curiosidade quando assisti ao filme Budapeste, que tem uma cena onde uma imensa estátua de uma estátua de Lênin é transportada de barco pelo Danúbio com destino ao tal parque…

Para almoçar ou jantar por perto do Museu de Artes Aplicadas e do Museu Nacional Húngaro, indico qualquer lugar na Ráday utca, uma rua de pedestres com vários restaurantes charmosos e, se o clima permitir, mesas na calçada. Na minha primeira viagem a Budapeste, fiquei hospedada no Ibis Centrum, bem nessa rua, e posso dizer que aproveitei muito esses restaurantes. O hotel em si era bem antiguinho, precisando de uma renovada; em compensação, baratíssimo. No começo da rua, na Kálvin Ter, havia uma grande obra do metrô – não sei se continua –, o que não chegou a prejudicar o movimento da Ráday utca.

Essa é a minha sugestão para aproveitar três dias em Budapeste, mas é claro que, numa cidade tão autêntica, sempre surgirão desvios interessantes pelo caminho…

Publicidade

Onde ficar em Moscou

Ao pesquisar hotéis em Moscou, me deparei com opiniões unânimes: quanto mais perto da Praça Vermelha, melhor, sempre dentro do chamado Garden Ring, e especialmente nas proximidades da Tverskaya Ulitsa. Basta olhar a localização dos hotéis mais caros das redes internacionais para perceber a grande concentração deles nessa região. 

Essa localização é boa porque permite ir a pé à Praça Vermelha – o primeiro passeio que todo mundo quer fazer na cidade – e, estando ali tão perto, dá para evitar o “confronto” com o metrô logo de cara. Além disso, a oferta de cafés e restaurantes por ali é grande (a Kamergersky Perelouk, transversal à Tverskaya, por exemplo, é uma rua de pedestres com muitas opções). É nessa parte da cidade também que estão as lojas mais chiques (mas, se até o preço da Zara em Moscou é proibitivo…). 

O problema é que, no centro, há muitos hotéis caríssimos e alguns outros antigões, “da era soviética”. Tudo bem que eu queria ver os vestígios dessa época, mas não precisava dormir neles… Senti falta dos hotéis moderninhos, que unem boa localização, um certo grau de conforto e bons preços, que encontramos em outras capitais europeias. Todos os hotéis na região recomendada têm diárias bem caras… 

No Tripadvisor, se você pergunta por hospedagem com boa localização e preço abordável, sempre indicam o Hotel Budapeste, que é uma pechincha escondida entre os hotéis caros perto da Tverskaya. 

Cheguei a fazer uma reserva no Budapeste, mas antes da minha viagem, surgiu uma segunda opção: o Mercure Arbat. 

Ele não está na área tida como a melhor para ficar, mas também é bem central e próximo de outra das principais atrações turísticas da cidade, a Arbat Ulitsa, uma rua de pedestres cheia de cafés, restaurantes, artistas de rua e lojas de suvenires. A Arbat é um dos locais por onde mais circulam turistas em Moscou, então, as pessoas estão acostumadas a lidar com estrangeiros (o que é ótimo no fim do dia, quando você está cansado de tentar decifrar o alfabeto cirílico e pode relaxar lendo um menu em inglês!). 

O preço do Mercure estava melhor que o do Budapeste, e, em relação às instalações, o Mercure ganhava fácil, por ser um hotel novíssimo (a inauguração oficial foi durante a minha estadia) e confortável. Já o Budapeste, é bem antigo e sem renovação há muitos anos (as resenhas do Tripadvisor e Booking alertam para as camas desconfortáveis…). Acabei me decidindo pelo conforto do Mercure, porque, para 7 noites, melhor evitar o risco de um hotel ruim.

 

Não me arrependi da escolha. Apesar de ter verificado que a localização do Hotel Budapeste é mesmo ótima, a do Mercure não fica atrás, porque é suficientemente central para fazer passeios a pé, O hotel, até por ser bem novo, é bastante confortável, o que compensou alguns problemas que tive lá… 

Minha chegada a Moscou foi pela manhã bem cedo e não foi possível fazer o check-in imediato. Eu estava preparada para isso, mas fiquei esperando no lobby do hotel e eles “esqueceram” de me entregar o quarto quando ficou disponível. Só quando vi pessoas fazendo o check-in subindo direto para os quartos e fui perguntar pelo meu é que se lembraram de mim… Depois, no meu penúltimo dia em Moscou, encontrei um vazamento no banheiro, que não pôde ser consertado, e tive de trocar de quarto. Foi bem inconveniente reunir toda a bagunça correndo depois de 6 noites… E me deram um quarto pior do que o anterior, pois era o único disponível na hora. 

Para compensar: uma noite, pedi serviço de quarto, mas, como demoraram para atender o pedido, não cobraram nada e ainda me mandaram uma cortesia. 

Um inconveniente é que, se o café da manhã não estiver incluído na diária, o preço é bem caro, o que não chega a ser um problema porque a Arbat e seus incontáveis cafés estão a poucos passos.

Apesar dos contratempos, ficaria novamente no hotel. Achei a relação custo x benefício muito razoável, e a localização foi bem conveniente, com metrô praticamente na porta (tão próximo que às vezes é possível ouvi-lo no hotel, mas nada que incomode). Além disso, toda a equipe da recepção fala inglês bem melhor que eu e todos foram atenciosos, mesmo para ouvir as minhas críticas. 

Depois de ir a Moscou e usar o metrô para me locomover por toda a cidade, posso dizer que ficar no centro (dentro do Garden Ring) facilita mesmo a vida do turista, mas achei um pouco exageradas as recomendações para ficar necessariamente nessa área. Se não der para ficar no centro, porque os preços de hospedagem não costumam ser nada razoáveis, acho perfeitamente viável reservar um hotel mais afastado e aproveitar a viagem sem maiores dificuldades. Minha única preocupação seria encontrar um hotel perto do metrô, de preferência, de uma linha que vá direto para o centro. Eu me adaptei muito bem ao metrô, consegui aprender rapidinho a “ler” os nomes das estações, e os trens passam com grande frequência, mesmo no fim de semana. 

Quem quiser preços melhores para se hospedar, deve passar por Moscou no fim de semana. Como a cidade recebe muitos visitantes de negócios, os preços caem nesses dias (que, aliás, são os melhores pra passear pela cidade). E os corajosos devem ir no inverno, quando os preços também são mais baixos.

(As fotos do post são do próprio site www.accorhotels.com, mas são bem fiéis ao que vi no Mercure Arbat)

Vai pra Rússia?! Fazer o que? E não é perigoso?

Qualquer um que já tenha ido à Rússia ou que pelo menos tenha anunciado a intenção de visitar o país deve ter ouvido essas perguntas. E, até certo ponto, é compreensível, porque a Rússia não é um destino tradicional de viagem e, sobretudo, ainda desperta algum receio. Eu mesma, antes de decidir viajar, fui me informar se seria seguro visitar pelo menos Moscou e São Petersburgo sem uma excursão ou guias locais.

Tudo o que descobri, seja em minhas leituras, seja in loco, foi que a Rússia (ao menos em suas grandes cidades) é um destino tão seguro quanto os mais usuais destinos turísticos da Europa. Há, sim, alguns entraves para o turista independente – como a falta de informações em inglês até mesmo nos sites oficiais das atrações, e a absoluta inexistência de sinalização no alfabeto latino em Moscou, o que obriga o turista a aprender a transliterar as palavras a partir do alfabeto cirílico -, mas isso não inviabiliza nem torna menos interessante a viagem, só exige mais planejamento e jogo de cintura para saber lidar com os imprevistos (como encontrar o Kremlin fechado durante 5 dias seguidos…).

E por isso vou começar os posts sobre essa viagem com uma lista das minhas fontes de pesquisa, uma espécie de bibliografia da viagem.

Os blogs brasileiros que tratam da Rússia já estão listados no Viaje na Viagem, e considero a leitura de cada um essencial para quem quer se familiarizar com o destino, mas tenho de destacar os que mais me inspiraram:

Arquivo de viagens: láaaa em 2008, quando a Luísa passou um mês viajando pela Rússia, acompanhei os posts dela com muita curiosidade, mas fiquei convicta de que ainda não estava preparada para “enfrentar” um destino complicado como esse. Bom, considerando que abri mão de ir a qualquer cidade “do interior” da Rússia, acho que ainda não estou… 🙂

DriEverywhere: em junho de 2011, a Adriana voltou a Moscou e fez posts mostrando como a cidade ficava linda no verão e destrinchando algumas das “armadilhas” para os turistas, como as dificuldades com o idioma e o metrô. Foi a partir desses posts que eu comecei a tornar concreta a idéia de ir à Rússia;

Viaggiando: a Camila fez de São Petersburgo um dos destinos de sua primeira viagem à Europa e seu relato foi o que faltava para eu saber que era hora de ir à Rússia.

Moscou não tem um site oficial de turismo, mas esta página tem um bom resumo das atrações principais. São Petersburgo tem um site parecido. Essas páginas são importantes porque acabam sendo a única fonte de informação sobre algumas atrações menos procuradas, como certos parques e igrejas.

Um recurso que me ajudou bastante no planejamento dessa viagem (e que eu nunca havia usado antes) foram os vídeos. Achei muito interessante poder me familizarizar com a “cara” das cidades, especialmente em relação a Moscou, que é uma cidade monumental, com atrações espalhadas e enormes distâncias a serem percorridas a pé, apesar do eficiente metrô.

O primeiro vídeo é para convencer quem ainda não tem certeza de que Moscou é um destino interessante:

Para entender melhor Moscou, encontrei os vídeos do programa Moscow Out, produzido pelo canal Russia Today (canal de notícias russo em língua inglesa). Tem uma variedade enorme de assuntos e separei apenas alguns essenciais para postar aqui:

Sobre o Kremlin:

Sobre as atrações nos arredores do Kremlin:

Sobre a Tverskaya Ulitsa, uma das principais avenidas da cidade:

Sobre os vestígios da antiga URSS:

Para pesquisar mais vídeos, basta procurar o canal do Moscow Out no Youtube. Na página do Russia Today, tem vídeos mais antigos, que não estão no canal do Youtube.

Não encontrei nada semelhante em relação a São Petersburgo, mas alguns episódios do programa Moscow Out foram dedicados a essa cidade. O primeiro, é um tour histórico e mostra a cidade no inverno:

Os outros dois foram feitos no verão e mostram passeios de barco e outras atividades típicas dessa estação, quando a cidade se enche de turistas:

O Tripadvisor também foi uma fonte de informações importantíssima para organizar essa viagem. Alguns tópicos essenciais são os que explicam como usar o metrô de Moscou e como comprar passagens de trem (tutorial atualizado), já que o site é só em russo. E, para quem é fã de ballet, como eu, vale a pena ler alguns tópicos que ajudam a escolher espetáculos em São Petersburgo e até as melhores cadeiras nos principais teatros.

Também encontrei um ótimo trip report, cheio de observações práticas (para as partes seguintes desse relato, é só procurar pelo nome da autora – DrDebi), e um tópico com idéias de passeios fora do lugar comum em Moscou. Aliás, sobre esse mesmo assunto, me lembrei do site Phoebe’s Walks, que tinha encontrado no começo das minhas pesquisas, mas acabei deixando meio de lado, porque sabia que não ia ter tempo de fazer os passeios sugeridos…

Alguns sites de notícias sobre a Rússia, em inglês:

The Moscow Times

The Moscow News

Saint Petersburg Times

Pronto! Acho que já tem material suficiente pra iniciar os planos de viagem (e pra responder às perguntas do título também!).

Um roteiro de viagem por Budapeste, Viena e Praga: o relato do João

 

Neste post do Viaje na Viagem, relatei uma viagem que fiz para Budapeste, Viena e Praga. Depois de usar as dicas do post, o João deixou o relato de sua própria viagem nos comentários aqui do blog. Como as dicas estão novinhas, resolvi transformar em post. Segue o relato do João: 

“Em Budapeste (linda e ampla cidade, pessoal ameno e receptivo) a dica é o hotel La Prima, na rua Pesti Barnabás, nº 6. É um hotel novo e moderno, inaugurado em 2011, muito bem localizado (meia quadra da rua Vaci e 1 quadra e meia do Danúbio, próximo à ponte Elizabeth), excelente serviço, staff atencioso, 82 euros/dia, com café-da-manhã, reservei pelo booking. 

Bem embaixo do hotel tem um restaurante italiano, La Porta di Taormina, muito recomendável, música suave ao vivo, 49 euros para 2 pessoas (entrada, prato, vinho, café). Outra dica gastronômica – restaurante Menza, próximo ao Conservatório Lizst. Ambiente moderno, boa cozinha típica. 

Por falar no Conservatório, não pudemos visitá~lo, pois está em obras. Uma pena! 

Nós tomamos o ônibus turístico HopON HopOFF nos 2 primeiros dias, o que facilitou o deslocamento e localização na cidade e inclui ida e volta à ilha Margarida. Nos outros 2 dias ficamos “on my own”. 

Vale muito um passeio pela Ilha Margarida – muito bem cuidada, toda florida, local de lazer para os nativos, momento para não fazer nada e depois descansar… 

Vale também subir na torre da Basílica de Santo Estevão, a vista é muito linda, tem-se uma boa noção de Budapeste lá de cima. Tem elevador! 

No lado Buda, o Castelo, o Bastião dos Pescadores e a Igreja Matyas… subir no funicular é pitoresco! 

Tomar cuidado na estação Keleti – há uma máfia com uniforme da MAV que, a pretexto de ajudar na localização da plataforma e dos trens, procura extorquir o turista. De mim levaram 2 euros somente, mas vi literalmente pegarem da carteira de um casal de japoneses uma nota, só não vi quanto… melhor não aceitar ajuda!!!. 

Viena impressionou pela limpeza, organização, segurança e funcionalidade da cidade – o transporte é integrado (metrô, tram, ônibus); não se vê policiamento ostensivo e parece não haver controles – compramos o passe de transporte de 72h e nunca nos solicitaram! 

A dica de hotel para quem chega de trem de Budapeste (nosso caso!) é o Motel One, junto à estação Westbahnhoff – novo, funcional, bom serviço, 69 euros/dia para 2 pessoas, sem café-da-manhã (acho que era uma promoção, pois tinha reservado por 84 euros e a diferença a menor veio em boa hora!). É do tipo Ibis – grande, talvez meio impessoal, mas na minha opinião, um Ibis melhorado! A distância ao centro não foi problema: uma boa caminhada pela rua Mariahilfer ou o metrô resolvem o assunto… 

Vale muito uma visita à Ópera de Viena, mesmo somente como tour, e também ao Musikverein (aqui assistimos a Filarmônica e a Sinfônica de Viena, simplesmente fantásticas!) 

Válida também uma ida ao Teatro de Marionetes do Palácio Schonbrunn (assistimos à Flauta Mágica de Mozart – excelente, a sincronia do movimento das marionetes com a música é fora-de-série!). É em alemão, lógico, mas tem folder em espanhol sobre o espetáculo, o treinamento dos “marioneteiros” e a confecção das marionetes. 

O Museu Freud e a Mozarthaus valem a visita também! 

Fomos ainda assistir a apresentação de cavalos na Escola de Equitação Espanhola no Palácio Hofburg, centro de Viena – o treinamento dos animais é impressionante! 

Em relação a restaurantes – o Figlmüller, desde 1905 (o maior schnitzel de Viena!), é recomendável; válida também é uma ida à Grinzing para almoçar numa Heuringen (taverna) – servem schnitzel, entre ouros pratos, e vinho do ano. Pegue o tram 38 na estação Schottentor e vá até o fim da linha. 

De Viena fomos de trem para Praga. 

Praga é mais suja que Budapeste e Viena, principalmente, mas tem seus encantos.

O Relógio Astronômico na praça da Prefeitura / Staromestské Námestí, cujas baladadas são puxadas por um esqueleto, é fantástico. Fiquei com a impressão que os tchecos pensam na morte e lidam muito bem ela, certamente reflexo da história deste povo! 

Ficamos no hotel Falkensteiner Maria Prag, na frente da estação de trens. A zona não é assim uma brastemp, como diria o Comandante do Vnv Ricardo Freire, mas facilitou a chegada e a saída com as malas e a ida à Ópera, localizada a 2 quadras do hotel, na mesma noite da chegada. Bom hotel, bom serviço, pessoal atencioso e prestativo, café-da-manhã exagerado até, 101 euros a diária para 2 pessoas com CM, reservei pelo booking. 

Além dos passeios básicos, recomendaria a Ópera (assistimos o balé Gisele – fantástico, obrigado pela recomendação Wanessa!), o Rudolfinum (assistimos a Filarmônica Tcheca na sua própria casa, a sala é belíssima, excelente programa!) e a Smetana Hall, a Casa Municipal (lindíssima decoração, assistimos a um quinteto de cordas tocando Mozart e Dvorák). 

Vale também uma visita ao Museu do Comunismo – muitas peças da época, bustos, estátuas de Lenin e Stálin, a propaganda comunista, registros da Primavera de Praga e da queda do comunismo. Fiquei com a idéia que o regime comunista mentiu muito sobre o Ocidente, exagerando seus defeitos e suas mazelas para a população, e que a democracia ocidental foi mais realista e verdadeira conosco sobre o comunismo. 

Imperdível é o Museu Kafka, em Mala Strana, faz pensar! 

Há uma instalação do polêmico escultor tcheco David Cerny na frente do museu (2 homens urinando sobre o mapa da República Tcheca, um deles inclusive, mexe com o quadril para um lado e para outro – entenda se puder!) e várias outras espalhadas pela cidade. 

Restaurantes, recomendaria o U Laury, Nerudova 10 (na subida para o castelo, calçada da direita para quem sobe) – entra-se por uma grande porta, é um pátio interno, muito acolhedor; comemos uma tábua tcheca para 2 pessoas – carne de pato, cervo, porco junto pirê assado, pão de arroz e salada mista, acompanhando de 500ml de cerveja pilsen – o almoço foi às 15h e o prato é tão farto que não conseguimos jantar naquela noite! E um restaurante, não lembro o nome, que fica no pátio interno atrás do museu do comunismo. Comida típica, garçonete muito atenciosa. Não confundir com o McDonald’s que existe junto! 

Em Praga fomos para o aeroporto num ônibus (express shuttle) que se pega na estação central – foi um pouco trabalhoso, meio complicado achar o local, mal sinalizado, ônibus cheio, teria sido bem mais confortável um transfer, embora mais caro; preço: 2 euros por pessoa. Não recomendo, melhor o transfer a 20 euros para 2 pessoas! 

Finalmente Paris! 

Chegamos às 15h e, como era uma noite só, ficamos Ibis do aeroporto CDG, fizemos o check-in e fomos direto para o centro. Pegamos o RER (não recomendo – trem velho, sujo, muito cheio, desconfortável, melhor o Roissy Bus até a Ópera) e caminhamos pela Íle de la Cité, Sena, Notre Dame e por Saint Germain, onde havíamos ficado em 2010. Foi muito prazeroso este passeio descompromissado! 

Quero deixar a recomendação da rua Gregoire de Tours – é uma travessa do Boulevard Saint Germain, onde existem vários restaurantes.  Jantamos na creperia La Petit Tour, no nº 6. É a 3ª vez que jantamos lá, 2 em 2010 quando ficamos 10 dias em Paris, e continua muito boa, recomendável, embora o preço tenha subido sensivelmente. 

Voltamos para o CDG por volta das 22h no RER, a volta foi bem mais tranquila, quase sem paradas intermediárias e, na manhã seguinte, tomamos o vôo para o Brasil. 

A ilusão, ou melhor, as férias, estavam acabando… 

Era isto, pessoal. Espero que ajude alguns viajantes.”.

Muito obrigada pelas dicas, João! Tenho certeza de que ajudarão outras pessoas a ter uma viagem tão linda quanto a sua!

Um alerta

Apesar de o blog não ter posts novos há bastante tempo, considero necessário escrever este, já que boa parte das pessoas que chega aqui busca informações sobre Buenos Aires.

Acabei de voltar da minha quinta viagem à cidade e, pela primeira vez, passei por uma situação desagradável ali. Tive meu celular roubado quando saía do Museu de Arte Decorativo, na Avenida Libertador. Era perto do meio dia, havia pessoas na rua, e o pátio do café do museu (que fica na frente do próprio museu) estava lotado. Eu saía dali para pegar um táxi na Avenida Libertador e estava com o telefone na mão, checando uma mensagem. Nesse instante, passou um rapaz de bicicleta e pediu uma informação. Mais por reflexo do que pela intenção de ajudá-lo, levantei os olhos. Foi quando ele disse que tinha uma arma embaixo da camisa e me mandou entregar o telefone. Eu não sou do tipo que desafia esse tipo de situação, não “penso em alternativas”, e entreguei o telefone. O ladrão saiu tão rápido como chegou, e eu não tive muito o que fazer.

Enfim, pensando na situação depois, acredito que o ladrão não tinha arma nenhuma, mas, como eu disse, não me disponho a pagar pra ver em uma situação desse tipo. Era um rapaz bem jovem – uns 18, 19 anos – e não estava mal vestido, enfim, nada que pudesse despertar nenhuma cautela.

A minha conduta também não foi especialmente descuidada. Buenos Aires ainda não é uma cidade perigosa ao ponto de as pessoas não poderem exibir um celular na rua à luz do dia sob pena de serem assaltadas. Depois do que aconteceu, passei a observar o comportamento das pessoas, para ver se eu tinha dado muita bobeira usando o celular na rua, e não pude concluir isso.  Também não acho que tenha sido “premiada” por ser turista, porque não parece ter sido a situação em que o golpista se aproveita da desinformação ou do descuido do viajante. Pegar táxi na rua, ao menos durante o dia, também não é uma conduta de risco. Tanto é que, enquanto eu ainda me recuperava do susto, outras pessoas saíram do museu e foram em busca de um táxi exatamente como eu tinha feito.

Acho que o fator mais relevante para eu ter sido escolhida para vítima foi que a “oportunidade” pareceu perfeita: no exato instante em que eu saía do restaurante, não havia ninguém próximo na calçada, e eu estava sozinha (se estivesse com mais alguém, duvido que tivesse acontecido).

Até agora, não li relatos de pessoas que sofreram algum tipo de ameaça em Buenos Aires. Golpes e furtos contra turistas, batedores de carteiras e coisas do gênero existem em qualquer lugar, mas ameaça de uso de uma arma, como aconteceu comigo, considero uma situação diferente e mais preocupante.

Não acho Buenos Aires uma cidade perigosa, do tipo que se deve evitar por causa da violência (e olha que eu evito viajar sozinha no Brasil por causa disso). Mesmo depois do que aconteceu, continuei na cidade até a data programada e me diverti bastante – pelo menos quando eu conseguia me esquecer de que já não tinha o meu tão querido telefone :-). Escrevo este post apenas como alerta para outras pessoas que vão visitar a cidade, para que tenham cautela e na medida do possível evitem passar pelo mesmo problema.

Hotel em Berlim: Motel One Alexanderplatz

Quando estive em Berlim, em maio deste ano, fiquei no Motel One Alexanderplatz, na Dircksenstrasse, 36.

Fiquei muito satisfeita com a escolha: o hotel ofereceu tudo o que eu precisava durante os dias que passei na cidade e, quando voltar lá, com certeza considerarei repetir a hospedagem!

Acomodações: fiquei em quarto single (cama queen size). O quarto e o banheiro são pequenos, mas muito bem resolvidos. A cama e os travesseiros são novíssimos e muito confortáveis. Mas não espere “supérfluos”, como um frigobar.

Viajando sozinha, o espaço foi mais que suficiente, mas, para duas pessoas, pode começar a ficar apertado (para mim, continuaria sendo suficiente, mas há quem possa se incomodar…).

 

O meu quarto tinha janela para a rua e mesmo assim o barulho não me incomodou (nem mesmo o da linha de trem que passava do outro lado da rua). Se você for especialmente sensível a barulho, peça um quarto de fundos para garantir.

Localização: perfeita! O hotel fica a uma quadra da parada do ônibus do aeroporto Tegel e das linhas 100 e 200 (ótimas para fazer um city tour por Berlim, como contei aqui) e a cinco minutos de caminhada das estações de trem (S-Bahn) e metrô (U-Bahn) Alexanderplatz, que têm ótimas conexões. Com essas opções de transporte, fica facílimo chegar a qualquer lugar de Berlim rapidinho. Esta aí era a vista da minha janela (a Torre de TV, cartão postal de Berlim!):

À noite, as opções para jantar perto do hotel são muitas. As ruas vizinhas são cheias de restaurantes e cafés charmosos e, em Hackescher Markt, a parada de trem seguinte à Alexanderplatz (dez minutos caminhando a partir do hotel), há vários barzinhos e cafés.

Preço e serviços: paguei a diária mais barata, de 69,00 euros, sem café da manhã.

Como gostei do café deles, (máquinas de café expresso, capuccino e chocolate quente à disposição, iogurtes, pães,  alguns frios – poucos, é verdade – e salada de frutas), acabei pagando quase todos os dias (7,50 euros por dia), pois assim ganhava uma senha para usar a internet no quarto.

Eles oferecem internet wi-fi gratuita apenas no lobby.

A recepção funciona 24 horas e, no lobby, tem um café/bar bem interessante.

O pessoal do hotel foi sempre muito simpático e disposto a ajudar, apesar do meu inglês macarrônico… 😉

A rede Motel One tem vários hotéis em Berlim e em outros destinos na Alemanha.

Buenos Aires: roteiro básico

 

A Silvinha me pediu um roteiro básico para não se perder em sua primeira viagem a Buenos Aires, então, decidir transformar em post o roteiro que fiz pra minha irmã, que também está programando sua primeira viagem pra este ano. Não me preocupei em sugerir restaurantes, barzinhos e shows de tango porque o objetivo é apenas dar uma idéia de como organizar os dias para não correr o risco de sair de Buenos Aires sem ver o papa… quer dizer, a Casa Rosada! 

Dia 01: a chegada 

O aeroporto de Ezeiza fica um pouco distante do centro de Buenos Aires, uns 45 minutos de deslocamento. Já o Aeroparque Jorge Newberry, que está recebendo alguns vôos do Brasil agora, é bem mais central. Contando com o tempo da imigração, da retirada das malas, do freeshop e do câmbio de moeda, é fácil perder umas duas em Ezeiza. Ainda mais se o seu vôo for longo, não vai dar para programar muita coisa pra esse primeiro dia, seja pela falta de tempo, seja pelo cansaço da viagem. 

O melhor é só fazer o “reconhecimento de área”, dar umas voltas por perto do hotel ou apartamento para saber a estrutura que vai ter perto “de casa” e descansar pra começar o dia seguinte renovada. 

Se alugou apartamento, é hora de ir fazer umas comprinhas básicas (água, lanches, papel higiênico etc.). Felizmente, Buenos Aires – a Recoleta, pelo menos – é cheia de kioscos, que são minimercados com todos os itens de primeira necessidade. Pergunte para o pessoal da imobiliária quais os supermercados próximos. 

Se sobrar tempo, dá pra começar a programação turística propriamente dita, fazendo algum dos passeios mais próximos de casa ou com um belo jantar. 

Dia 02: os cartões postais 

Acho que todo mundo que vai pra Buenos Aires pela primeira vez, quer logo ver os cartões postais mais famosos (foi assim comigo!). Então, o jeito ideal de começar o primeiro dia de “turistagem” é na Plaza de Mayo, onde está a Casa Rosada. De lá, pode-se caminhar até o Congreso, pela Avenida de Mayo (com direito a uma paradinha no Café Tortoni, claro), e depois voltar um pouquinho, para ir aos pés do Obelisco, pela Avenida 9 de Julio. E agora o Teatro Colón  está reaberto! 

Há visitas guiadas gratuitas ao prédio do Congreso e à Casa Rosada. A do Congreso é dividida em duas partes, uma, para a Camara de Senadores, a outra, para a Camara de Diputados. Eu fiz só a primeira. Também fiz a da Casa Rosada e acredito que só funcione aos domingos (não consegui confirmar essa informação). As duas valeram a pena, porque esses prédios são lindos por dentro. As visitas ao Teatro Colón estão para recomeçar e, se você tiver a oportunidade, vá, pois acho que será até mais legal que essas outras! 

Hora de passear também pela Calle Florida, uma rua de comércio que já foi muito chique e hoje não é mais. Há quem goste dessa rua para comprar peças em couro, mas eu acho que só continua valendo a pena ir lá por causa das Galerias Pacífico, o shopping mais lindo da cidade!

Para descansar no final da tarde, escolha entre a Plaza San Martin ou Puerto Madero.  

Dia 03: a Recoleta 

Comece o dia no cemitério da Recoleta. Pode parecer mórbido, mas eu adoro esse cemitério. Vou explicar: o lugar é praticamente um pátio de esculturas, encaro como uma museu a céu aberto, de tão lindos que são os ornamentos de alguns dos túmulos. Se bem que, já andei por lá tantas vezes que até presenciei um enterro (sim, trata-se de um cemitério em atividade). Adoro ir lá para fotografar. Se alguém se interessar pelo tema, está aqui um blog que esclarece tudo sobre o cemitério. Há visitas guiadas gratuitas (e ótimas!), onde você fica sabendo de todas as fofocas sobre os finados mais chiques de Buenos Aires. E tem gente que vai lá só pra ver o túmulo de Evita… 

A Basílica de Nossa Senhora del Pilar, que fica do lado do cemitério, com sua simplicidade exterior, também merece uma visita. 

Seguindo adiante, está o Buenos Aires Design, shopping só de lojas de móveis e decoração. A loja Morph (tem várias pela cidade, mas essa é a maior que conheço) é irresistível. 

No fim de semana, sábado e domingo, tem uma feirinha de artesanato nessa áera. O lugar fica muito cheio! 

Atravessando a Avenida del Libertador, chega-se ao Museo Nacional de Bellas Artes, o meu preferido em Buenos Aires. O acervo tem peças de artistas argentinos e também uma coleção de pintura européia. A entrada é gratuita. Dependendo de seus interesses, pode substituir o MNBA pelo Museo de Arte Decorativo ou pelo MALBA (o melhor mesmo é ir ao MALBA de todo jeito, nem que seja só para ver o Abaporu, de Tarcila do Amaral. Uma lástima, uma tela tão brasileira exilada em solo argentino…). 

Depois do Museu, um passeio pela Avenida Alvear, uma das mais chiques de Buenos Aires. Nela, estão as lojas mais caras da cidade e alguns dos casarões e hotéis mais finos também. No fim dessa rua, ficam as Embaixadas do Brasil e da França, verdadeiros palácios! 

Tem um shopping ali perto, o Pátio Bullrich, se quiser um lugar com ar condicionado (ou aquecimento, dependendo da época do ano) para descansar (compras, nem pensar, que aí é tudo muito caro!). 

Viu quantas vezes usei as palavras “chique”, “fino”, “caro”? Pois é, esse é o espírito da Recoleta… 

Dia 04: manhã no parque, tarde de compras

De manhã, vá de tênis e roupa de ginástica para os Parques de Palermo. Nessa parte de Buenos Aires, há vários parques enormes, todos vizinhos uns dos outros. Você pode aproveitar para queimar um pouco das calorias adquiridas até então, ou, muito pelo contrário, passar antes no supermercado, comprar uns pães, uns queijos e outros produtos locais para fazer um piquenique. Tem o Jardim Japonês, o Rosedal, o Jardim Botânico, o Zoológico… 

À tarde, enfim, é hora de fazer compras. Gosto muito da Avenida Santa Fé para isso. Principalmente em uma primeira viagem a Buenos Aires, quando você ainda não conhece as marcas locais, não acho uma grande vantagem “perder” um dia nos out-lets da Avenida Córdoba ou da Calle Aguirre (mas, se fizer questão, aqui  estão as informações mais detalhadas sobre o assunto). Melhor ficar pela Santa Fé mesmo, que, afinal, promete mais do que roupas! 

É lá que está a livraria mais linda do mundo, a Ateneo Grand Explendid, que já foi um cinema/teatro e tem um café delicioso no local em que ficava o palco. Aliás, livraria é o que não falta em Buenos Aires. As da rede Yenni são ótimas. 

Aproveite o fim de tarde em Palermo Viejo. É a região mais “moderninha” de BsAs, e, além dos cafés e restaurantes com mesas na calçada, dá para continuar no ritmo de compras, porque são muitas as lojas de objetos para a casa e de roupas e acessórios. Muito difícil resistir! Uma das minhas preferidas é a Papelera Palermo (eu adoro uma papelaria…). Comece o passeio na Plaza Serrano e pode andar sem rumo pelas ruas próximas. Se for no fim de semana, prepare-se, porque fica tudo lotado! 

Dia 05: “o domingo”

Não importa a ordem dos dias, mas essa sugestão é para o domingo em que você estiver em Buenos Aires. O começo do passeio, eu vou sugerir sem nunca ter feito. Mas, se você for acompanhada por um amigo/namorado/marido, enfim, um homem, ele deve gostar. 

Pegue um táxi e siga para La Bobonera, o estádio do Boca Júniors. Tem umas visitas guiadas e um museu, mas é preciso confirmar os horários de funcionamento, pois há restrições em dia de jogo. 

Saindo do estádio, siga para o Caminito. Lá estão aquelas casinhas coloridas (que formam um museu a céu aberto), uma marca de BsAs. Eu também não conheço o Caminito. Sempre li que era programa pega-turista e por isso nunca tive vontade de passar por ali. Mas, enfim, se é para fazer os passeios básicos de Buenos Aires, não poderia deixar de citar esse…

Todos os deslocamentos no bairro de La Boca devem ser feitos de táxi, pois a região não é das mais seguras. Se não quiser pegar o táxi na porta de “casa”, dá para ir de metrô até a Plaza de Mayo e tomar o táxi dali.

Depois de La Bobonera e do Caminito, vem a parte que eu conheço (e adoro): a feira de San Telmo! Essa feira de antiguidades só acontece aos domingos. É bem animado por lá. Se estiver fazendo sol, fica apertado mesmo! Também dá pra ver e ouvir tango por ali. Ainda que não dê pra ir a San Telmo no domingo, vale passear por lá para visitar o Mercado de San Telmo e os antiquários do bairro.

Dia 06: dia de descanso

Esse dia é pra repetir o que você tiver gostado mais, umas férias das férias, pois os outros terão sido bem puxados, ou para incluir aquele passeio que só cabe no seu gosto.

Se não quiser repetir nada, estique até Colonia del Sacramento, no Uruguai (fui no verão, e achei a cidade uma delícia, mas no frio, não sei se gostaria…) ou faça o passeio ao Delta do Tigre (a Carla Portilho, do Idas e Vindas, é quem melhor entende do assunto).

Preferindo ficar em Buenos Aires, mas sem querer repetir nada, deixo uma sugestões:

– visitar o Museo de Arte Decorativo ou o Palácio San Martin. Essa dica é pra quem gosta de arquitetura, pois é a oportunidade de ver um desses belos palacetes de Buenos Aires por dentro;

– caminhar pelas avenidas del Libertador e Figueroa Alcorta até o MALBA (Museo de Arte Latino Americano), para ver o Abaporu, como falei antes;

– para quem gosta de tango, visitar o Museo Carlos Gardel, perto do shopping Abasto e ir a alguma milonga. Mesmo se não for dançar, dá para assistir à dança de um jeito mais autêntico que nos shows. (ótimas dicas aqui);

– Evita também tem um museu dedicado a ela, em Palermo;

– conferir a programação de cinema. Ano passado, dei a sorte de ver em Buenos Aires o filme que acabou ganhando o Oscar de melhor filme estrangeiro: El secreto de tus ojos. 

Dia 07: como assim, dia 07? 

Eu nunca conto o dia da saída, porque o aeroporto é longe, e o freeshop é grande! Quem vê até pensa que eu faço muitas compras, mas não é isso: como estou dando dicas – e brasileiro adora fazer compras nas férias –, não custa lembrar que é importante separar tempo para essa tarefa. Tem também de chegar com antecedência para fazer os procedimentos de tax free, caso tenha feito compras com direito a devolução de tributos.

Sobre viajar sozinha

Essa semana, a Fabianne deixou um comentário aqui no blog que me inspirou a escrever este post. Ela perguntava sobre viajar sozinha, que é um assunto que sempre desperta meu interesse. (Detalhe: escrevi o post pensando nas mulheres, mas muita coisa se aplica aos homens também!).

Pois bem: eu ADORO viajar só. Não é que não goste de viajar com amigos ou com o namorado, mas, se não tenho companhia, não deixo de ir por isso, e minha viagem não é pior nem melhor do que se estivesse acompanhada. Só é diferente!

O que tem de bom em viajar só?

Tem muitas vantagens! O meu tempo é só meu, eu decido pra onde e quando quero ir. Viajar acompanhada pode ser causa de muito estresse se as pessoas não tiverem gostos parecidos e, mesmo assim, fizerem questão de estar sempre juntas (alguém necessariamente vai sair frustrado…). Além disso, se um tem um ritmo diferente do(s) outro(s), também pode dar briga: você acha que não precisa dormir (afinal, se fosse pra dormir, podia ter ficado em casa!), mas tem gente que não abre mão de suas sagradas horas de sono… Enfim: onde há duas pessoas, qualquer coisa pode ser motivo de conflito!

Outra vantagem: a percepção sobre todas as experiências fica muito aguçada e é quase inevitável que uma viagem sozinha seja também uma viagem interior, de autoconhecimento (você acaba tendo tempo de pensar muito na própria vida, de tomar grandes decisões, se prepara pra mudanças importantes…).

Ainda não sabe se vai gostar da experiência?

Reconheço que não é mesmo pra todo mundo. Não vejo nenhum demérito nisso, é questão de estilo. Se a pessoa não consegue fazer nada sozinha, vai ser um inferno viajar desacompanhada. E, por mais que seja fácil encontrar companhia para fazer passeios por aí afora, muitas vezes, você vai estar por sua conta. Pense um pouco e responda: na sua vida normal, você consegue aproveitar bem seu tempo sozinha (e realmente faz isso de vez em quando)? Se conseguir, então vai adorar uma viagem nesse esquema.

Uma coisa que acho muito importante para o sucesso desse tipo de viagem é escolher bem o destino. Eu, por exemplo, odiaria viajar sozinha para uma praia, porque só consigo curtir um dia na praia se estiver acompanhada. Sozinha, meu negócio são cidades grandes! Conhecendo bem seu gosto, você monta um roteiro que não tem como ser ruim. E, sendo mulher, infelizmente, ainda tem alguns lugares para onde não é indicado ir sozinha, como os países árabes, por exemplo.

E tem alguma desvantagem?

É claro que um ou outro programa poderá ficar prejudicado. No meu caso, é a parte noturna da viagem que sofre mais. Me incomoda sair pra jantar sozinha (se bem que, na última viagem, até me arrisquei mais, escolhendo uns restaurantezinhos com mesas na rua, que têm mais movimento pra distrair, e sempre acompanhada de um bom livro ou revista. E foi bom!). Procuro aproveitar bem os meus dias e, à noite, estou tão cansada que só quero mesmo dormir. Ou então, vou ao teatro, ao cinema, programas que não me importo de fazer sozinha. Ah! Também dá pra procurar um shopping ou lojas que fiquem abertas até mais tarde, e aí não gasto meus preciosos dias fazendo compras!

Se você gosta de sair à noite, pense se vai se sentir bem em fazer isso estando só (mas, como já disse, é sempre possível achar companhia durante a viagem mesmo), ou se sua viagem vai ficar muito prejudicada, se tiver de abrir mão desse programa (nesse caso, é só escolher um destino mais conveniente!).

Os custos também tendem a aumentar um pouco: hospedagem single é sempre mais cara do que dividir um quarto. Mas, se você topa ficar em albergue, não será afetada, pois os preços são sempre por pessoa nos quartos coletivos. Eu, que não gosto do esquema de albergues, sempre faço uma pesquisa minuciosa e acabo encontrando bons hotéis com preços razoáveis para o quarto single.

Prepare-se também para não ter muitas fotos suas naqueles cenários lindos. Até dá pra pedir pra alguém te fazer esse favor, mas não espere ótimos resultados… Se fizer questão disso, procure um apoio para a câmara e use o timer. Eu, que não gosto de aparecer nas fotos, achei a desculpa perfeita!

É claro que, em alguns momentos, pode bater uma certa solidão durante a viagem. Mas aí tem internet e telefone, tudo pra matar a saudade de quem ficou em casa. E, se você escolheu um destino que te interessa bastante, com certeza esse sentimento passa rapidinho. Basta sair na rua e ver o lugar maravilhoso onde está, que a vontade de aproveitar cada minuto volta! 

Não dá medo de sair sozinha pelo mundo?

Dá, mas esse receio de que “algo aconteça” nunca foi grande o suficiente para me impedir de viver essa experiência.

Minhas viagens solo foram para a Europa (estive sozinha em  Londres, Paris, Lisboa, Bruxelas, Amsterdã, Berlim, Varsóvia, Cracóvia e Budapeste) e para Buenos Aires. Nunca passei por nenhum problema envolvendo questões de segurança (a Europa principalmente, se comparada ao Brasil, é suuuper segura). Claro que tomo alguns cuidados, como escolher hotéis que fiquem em áreas seguras, sempre perguntar na recepção se tem problema sair sozinha à noite na região, evito falar onde estou hospedada para pessoas que conheço durante a viagem, coisas desse tipo.

Ter um celular comigo sempre me deixa mais segura. Eu nem compro chip no destino, apenas habilito meu telefone pra ter à disposição em caso de uma emergência. Só uso mesmo pra mandar torpedos, que saem baratinhos (na minha operadora, R$ 0,60 cada).

A situação mais complicada que enfrentei sozinha foi um problema de saúde que tive em Budapeste, como contei aqui, e acabei não continuando a viagem por receio de ficar doente de novo.  Mas felizmente estava bem preparada, tinha tomado todas as cautelas antes de viajar e consegui resolver tudo da melhor forma possível… e sozinha!

Se o plano é viajar pro exterior, aviso que o meu inglês é bem básico e mesmo assim nunca passei nenhuma dificuldade. Complica um pouco ter uma conversa mais demorada (o papo fica meio limitado, sabe?), mas eu não me importo com isso. E sempre tem um brasileiro perdido em qualquer lugar do mundo (ou um português ou um espanhol ou um argentino…) com quem conversar.

Em resumo: viajar sozinha é sinônimo de liberdade, de independência, e – mesmo com alguns percalços – é sempre uma experiência maravilhosa. Recomendo!

Para mais sobre esse assunto:

Saia pelo mundo, por Mari Campos

Pelo Mundo, por Mari Campos

Mochileiros

Journeywoman (em inglês)

Livros:

Viaje Sozinha – Flávia Soares Justus e Maristela do Valle, Editora Panda.

100 Viagens que Toda Mulher Precisa Fazer – Stephanie Elizondo Griest, Editora Novo Conceito

De Berlim a Praga: os planos

O roteiro: os meus planos* para essa viagem incluíam Berlim – Cracóvia – Varsóvia – Budapeste – Viena – Praga. O plano original era ir para Berlim, Budapeste, Viena e Praga, mas, depois de olhar o mapa e ler um pouco sobre esses destinos, a Polônia entrou no roteiro com duas cidades. Toda essa região tem uma identidade histórica e cultural parecida (a Casa dos Habsburgos, as duas guerras mundiais, o socialismo, a queda desse regime), e achei que seria interessante condensar tudo em uma mesma viagem. 

Tinha bastante tempo para viajar, pretendia cumprir o roteiro em mais de 20 dias. No final, meu tempo foi distribuído assim: 

Berlim – 05 dias inteiros (sem incluir o dia da chegada e o da saída);

Cracóvia – 02 dias inteiros;

Varsóvia – 02 dias inteiros;

Budapeste – 03 dias inteiros;

Viena – 03 dias inteiros (talve com um pulinho em Bratislava);

Praga – 05 dias inteiros.

A ordem das cidades pode parecer meio estranha, porque, olhando no mapa, Varsóvia está mais perto de Berlim que Cracóvia, que está mais perto de Budapeste do que Varsóvia. Mas escolhi essa organização por causa dos meios de transporte entre as cidades. O que leva ao próximo tópico…

Os meios de transporte: adoro viajar de trem na Europa. Acho TÃO civilizado! Mas o meu roteiro tinha cidades bem distantes entre si. De Berlim para Varsóvia, por exemplo, eram quase seis horas; de Cracóvia para Budapeste, quase dez horas, na melhor das hipóteses (os horários estão aqui). Também não estava disposta a pegar trem noturno. Então, minha primeira decisão foi de que, pelo menos para Budapeste, eu iria de avião.

Aí, Cracóvia, que está no sul da Polônia, fica mais perto de Budapeste. Mas os vôos entre as duas cidades passavam necessariamente por Varsóvia ou por Viena ou por… Enfim, não havia vôos diretos. Além disso, pesquisando no Kayak, os preços do trecho Cracóvia – Budapeste sempre eram muito mais altos que os dos vôos partindo de Varsóvia. Também encontrei uma passagem com preço razoável de Berlim para Cracóvia, direto, uma horinha de viagem, pela Air Berlim.

Então, decidi fazer assim: de Berlim pra Cracóvia de avião; de lá para Varsóvia de trem (cerca de três horas de viagem) e depois de avião, pela LOT Polish, para Budapeste. Os demais trechos, entre Budapeste, Viena e Praga, faria de trem.

Um detalhe: os trechos de avião que passavam pela Polônia não foram lá muito baratos… É preciso pesquisar bastante! Uma dica que achei no Viaje na Viagem e que não usei, mas pode ser útil, é o Click4sky, um site de vendas de passagens da Czech Airlines, a principal companhia aérea tcheca, a preço promocional.

Passagem Brasil – Europa: comprei com a TAM. Na ida, fui de São Paulo a Berlim, via Londres (o trecho Londres – Berlim foi operado pela BMI). A volta seria Praga – São Paulo, via Frankfurt (Praga – Frankfurt, pela Lufthansa), mas acabou sendo Budapeste – São Paulo, também via Frankfurt.

Para mim, que moro no Nordeste, a primeira opção é sempre a TAP , entrando por Lisboa. Mas, se fosse voar pela TAP, precisaria fazer duas conexões na Europa, já que não abria mão de começar a viagem por Berlim, e a TAP não voa pra lá. Na volta, também precisaria fazer outras duas conexões ainda na Europa.

Quando pensei no programa de fidelidade da TAM, onde concentro minhas milhas, acabei decidindo viajar com essa empresa, apesar de o loooongo vôo partindo de São Paulo me desanimar um pouco. No final, nem foi tão ruim como eu pensava…

Dinheiro: estava pensando em me jogar no cartão de crédito nessa viagem, mas poucos dias antes de partir, a Grécia degringolou de vez, e o euro começou a subir. Então, decidi apelar mais uma vez para o Visa Travel Money. Sábia decisão! Nem sei se ganhei ou perdi dinheiro, pois não acompanhei mais o câmbio (se aconteceu, a diferença foi mínima), mas foi muito prático poder sacar dinheiro nos caixas eletrônicos de cada país nas moedas locais e não ter que me preocupar em cambiar euros a cada parada (Polônia, Hungria e República Tcheca estão fora da zona do euro).

* Como falei no post anterior, essa viagem não chegou a ser concluída, então, parte do roteiro ficou só nos planos mesmo…

Seguro saúde de viagem (na prática)

Vou começar a relatar aqui no blog minha última viagem, que aconteceu no mês de maio. E decidi começar pelo fim, porque não foi muito de acordo com meus planos…

O roteiro original previa Berlim – Cracóvia – Varsóvia – Budapeste – Viena – Praga. Mas acabou parando em Budapeste, porque tive um probleminha de saúde. Em tese, eu poderia ter continuado meu roteiro, mas a experiência de ir para um hospital, sozinha, num lugar completamente estranho e sem saber direito o que estava acontecendo foi meio assustadora. Então, preferi voltar pra casa e aproveitar o final das férias por aqui mesmo.

Em resumo, eu visitei Berlim, Cracóvia e Varsóvia. Estive em Budapeste, mas de lá senti só o gostinho, porque os dias que passei na cidade foram no quarto do hotel…

Deixo aqui o relato que fiz contando como foi a minha experiência com o seguro saúde de viagem (aqueles de cartão de crédito), que já tinha deixado no Viaje na Viagem e virou post do Ricardo Freire.

“Voltei há uns dias de minha última viagem e dessa vez precisei usar o seguro saúde…

Comprei as passagens com cartão Visa e resolvi usar o seguro que eles oferecem. Como estava indo para a Europa, entrei em contato com eles para pegar o “certificado Schengen” para apresentar à imigração se fosse o caso. (Não me pediram.)

O procedimento foi simples. Por telefone, me deram um endereço na internet que eu precisava acessar para preencher meus dados e, dentro de 72 horas, receberia o certificado por e-mail. Não recebi no prazo, mas liguei para eles novamente e recebi na mesma hora. Também me passaram os números de telefone para os quais eu deveria ligar em cada um dos países do meu roteiro (isso foi iniciativa deles, eu não perguntei).

No meio da viagem, em Budapeste, precisei de atendimento e liguei para o número indicado. Fui atendida em português. Expliquei o problema, me deram o número de protocolo e disseram que devia aguardar a visita do médico em 50 minutos. Dentro desse prazo, me ligaram para dizer que, por causa do tipo de problema que eu tinha, seria necessário fazer o deslocamento para um hospital, mas que o médico da seguradora viria ao hotel para me acompanhar e que eu tinha de pagar esse custo, não coberto pelo seguro. Esse foi o único contato feito em inglês.

Aguardei mais um tempo – não foi muito – e o médico chegou apenas para me acompanhar ao hospital. Se eu não estivesse viajando sozinha e se não fosse de madrugada (medo!), eu teria tentado dispensar essa etapa, mas, nessas circunstâncias… Paguei 60 euros para o médico me levar no carro particular dele ao hospital.

Chegando lá, o lugar parecia meio abandonado, porque não era um local que tivesse internação, então, havia só uma atendente dormindo atrás do balcão(!). Ela chamou a médica de plantão e fui para a sala de exames. Fiz uma ultrassonografia e fui liberada para voltar ao hotel com a receita dos medicamentos que precisava comprar. Saí procurando o médico do seguro (que, na minha imaginação, deveria me levar de volta ao hotel), e ele tinha ido embora(!) sem me avisar (!!).

Pedi para a médica que havia me atendido chamar um táxi (e ela tinha muito boa vontade). Paguei o equivalente a 4 euros pelo táxi.

Em resumo: o atendimento da seguradora por telefone foi ótimo, todos foram bastante atenciosos e ter podido falar em português ajudou muito. O atendimento pela médica no hospital também foi ótimo. Agora, o médico da seguradora tinha de ter ficado me esperando para me levar de volta ao hotel! Arquei com um custo de 60,00 euros apenas pelo serviço de transporte, porque a assistência médica que ele me prestou foi mínima. Essa semana foi que enviei toda a documentação para a seguradora, então ainda não sei se vão me ressarcir ou cobrar alguma das desperas, mas não tive de pagar nada adiantado pelo atendimento no hospital nem pela ultrassonografia. Paguei a medicação na farmácia (muito barata, aliás). No geral, fiquei satisfeita com o atendimento (tirando o médico fujão…), principalmente pela rapidez com que foi prestado. Acho que usarei de novo o seguro do cartão.”.

Pretendo começar a postar sobre o planejamento da viagem e sobre as cidades, mas pode demorar um pouquinho…


Blogs de Viagem